A dengue
se apresenta de várias formas diferentes. Ela se
divide inicialmente em formas assintomática e sintomática.
A forma assintomática é comum e não
apresenta sintomas, sendo difícil detectar. Entre
as formas sintomáticas, a mais comum é chamada
Febre Indiferenciada que afeta preferencialmente os lactentes
e pré-escolares. Esta forma é dificilmente
distinguida de outras doenças virais agudas como
a gripe causada pelo vírus da Influenza.

A dengue
clássica é a forma mais comum
de dengue sintomática e, quando
infectados, os indivíduos apresentam febre, cefaléia,
abatimento, dor muscular e nas articulações
e vermelhidão.
Existem, ainda, duas
formas graves da doença denominadas Febre Hemorrágica
da Dengue e Síndrome do Choque da
Dengue. Os doentes que apresentam a forma hemorrágica
da doença podem apresentar defervescência da
febre no 3º e 7º dia, manifestações
hemorrágicas, diminuição persistente
do número de trombócitos, extravasamento de
plasma, concentração de hemácias maior
que 20%, derrame cavitário, hipoalbunemia e hipocolesterolemia.
A Síndrome
do Choque da Dengue é a forma em
que o afetado pode apresentar aumento da permeabilidade
vascular, aumento da concentração de hemácias,
falência circulatória, pulso rápido
e fraco, extremidades do corpo frias, pele pegajosa e tensão
arterial baixa.
A forma mais grave
da dengue é manifestada quando algum
destes quadros descritos anteriormente se complica apresentando
insuficiência hepática, miocardiopatia, hemorragia
gastrointestinal severa, púrpura trombocitopênica,
pancreatite, além de manifestações
neurológicas.
É conhecido
que a Febre Hemorrágica da Dengue ocorre,
em sua maioria, quando o doente que já se infectou
com o vírus da dengue anteriormente é contaminado
com outro sorotipo. A base imunológica para esta
hipótese sugere que os anticorpos desenvolvidos durante
a primeira infecção são deixados em
níveis sub-neutralizantes e quando o corpo é
infectado pelo novo sorotipo, ao invés dos anticorpos
o atacarem, estes ajudam o novo vírus a infectar
os macrófagos do hospedeiro. Este fenômeno
é denominado reforço do anticorpo-dependente.
As formas graves da
doença requerem cuidados especializados e hospitalização,
embora muitas vezes a doença não seja corretamente
diagnosticada, atrasando o tratamento.
A letalidade das formas
graves pode ser mantida abaixo de 1% onde há profissionais
qualificados e instalações disponíveis
para o tratamento. Nos países mais pobres, onde não
é possível ter as devidas condições,
a letalidade chega a mais de 10%.
De qualquer forma,
a dengue hemorrágica oriunda de
infecções primárias aumentou ao longo
do tempo de 1% em 1978 para 14% em 1997.
O risco de desenvolver
a dengue hemorrágica foi estimado como sendo 125
casos graves para cada 1000 infecções de dengue
em crianças e ocorre 80 vezes mais frequentemente
em indivíduos que sofrem da segunda infecção.